terça-feira, 23 de dezembro de 2008


Antes que tudo comece, feche seus olhos.
Ao fechá-lo assim, sentirá quem és, acima de tudo.
Quem és, acima de tudo.
E veja: nada é tão ruim quanto pensavas, quando há um sol ali mesmo,
dentro de ti...
E já que começou, agora segue.
Segue em busca do que há de chegar,
do cheiro bom que o vento traz,
da flor nova posta do lado contrário de que jogas os seus cabelos.
Se começou, agora segue a linha, segue o traço, segue à risca.
E pague o preço.
O inflacionado preço de se arriscar.
Segue colorindo os passos, quiçá largos, em busca de ti.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008



Sempre que me perguntam.
Sempre que me apertam.
Sempre que me seguram contra a parede.
Sempre que me falta o ar...

Eu sinto vontade de correr.




Pra longe.




Corri o suficiente pra poder voltar.

Voltar para os que sempre me perguntam.
Voltar para os que sempre me apertam.
Voltar para os que sempre me seguram contra a parede.
Voltar com um pouco mais de ar.

Pra respirar fundo e dizer:

Chegou minha vez de calar!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

esse terá que se preocupar com minhas pausas intercaladas.
decifrar os enigma do bater dos pés.
se tornar aflito pelo excesso de vírgula.
compreender os rascunhos de gaveta.
fazer silêncio com meus gritos contra o muro. achar absurdo meu deserto de palavras. apertar forte a minha mão ao ver o morder dos lábios.

pois ele há de sacar.

ele há de sacar.

até mesmo a ausência de letras maiúsculas num post qualquer, desse lugar qualquer, para um tal qualquer, que me quer.

terça-feira, 23 de setembro de 2008


"(...)Não falo do amor romântico,
Aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com amor.
Chamam de amor esse querer escravo,
E pensam que o amor é alguma coisa
Que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro,
Antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita.
O amor é um móbile.
Como fotografá-lo?
Como percebê-lo?
Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor nos domine?
Minha resposta? o amor é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores,
O amor será sempre o desconhecido,
A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.
O amor quer ser interferido, quer ser violado,
Quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência.
A morte do amor é quando, diante do seu labirinto,
Decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos,
E nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o amor não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico.Não é meu coração que sente o amor.
É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve.
O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha
E nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu
Como se fossem novas estrelas recém-nascidas.
O amor brilha. como uma aurora colorida e misteriosa,
Como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
O amor grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio
Porque somos o alimento preferido do amor,
Se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
Me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o amor a navega.
Morrer de amor é a substância de que a vida é feita.
Ou melhor, só se vive no amor.
E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto."

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... Para dias que me remetem a outros dias.
... Para dias que trazem a primavera.
... E pra Primaveras que levam amores.

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"Porque, é Primavera... Já cantaria Tim Maia...

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"Let the seasons begin - it rolls right on!!" ...Cantaria Zach Condon do Beirut.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008


"Desculpa se te fiz fogo e noite
Sem pedir autorização por escrito
Ao sindicato dos deuses...
Mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
Como refúgio dos meus sentidos
Pedaço de silêncios perdidos
Que voltei a encontrar em ti..."

segunda-feira, 8 de setembro de 2008


Afinal, afinal... Ele tem o fácil acesso. Ele está ali tão perto. Ele tem o modelo ideal. Ele é o que ela se permitiria, mas se fosse o que ela pretendia. Uma pretensão de que ele se tornasse para ela, o que ela era para ele. Ela é verdade, é puramente simples, nada de sofisticação. Mas ele não a entende. Ele não a lê. E ela se enrola nas suas próprias cordas pra prendê-lo. E ele foge sempre de maneira fácil. Não há nó. Não há laço. Não há nada que o faça ficar... E ele sempre se vai. E ela fica com a mesma dúvida todas as noites em que ele se lança pela janela e se disfarça de sombra na escuridão: Quem é ele? Quem é que o trouxe ali? O que significam esses rastros? Por que deixar tantas marcas? Qual a verdadeira intenção dos seus beijos? Faz frio e ele não a aquece. Faz frio e ele não a aquece. Faz frio e ele não a aquece.

.... E ela não sabe até quando suportará a sensação de sentir frio em dias tão quentes.

Uma noite com direito a 1 litro de vinho, música ao vivo e uma mesa com velas....
No caminho, Amy cantou Tears Dry on Their Own e na volta, Valerie.
Uma mistura de sensações, vazio, alegria, confusão.
Nada diferente do que era previsível.
Mas o diferente é que hoje não tive vontade de colocar nenhuma blusa com aquelas tantas flores coloridas. Cores que brilhavam num olhar que foi mais esperançoso.
E Amy está de volta, nesta manhã, como fundo musical:
Back to Black.

domingo, 10 de agosto de 2008


Ele estava em coma. Ela recebeu a notícia sobre seu estado vegetativo. Fez o que pode, mas seus dias, de certo, estavam contados. Ela ia visitá-lo todos os dias. Relia seus escritos, registros de quase 7 anos de existência. Pouco a pouco acompanhou a perda de seus sinais vitais. Tentou procurar um outro, que tal como ele, pudesse lhe acompanhar. Mas não conseguiu. Sentia como um ato de traição, pois até então ele ainda existira. Ainda. Até então.

Ele se foi. Deixou de existir. Deixou um espaço com escritos confusos que afirmam que não mais ela poderá vê-lo outra vez. E levou tudo o que ela disse a ele durante todo esse tempo. Levou alegrias. Levou tormentos. Levou nomes e datas. A levou com ele.

Hoje, ela está aqui com esse outro... meio acanhada e receante perto de algo que mal a conhece. Hoje ela decide se mudar de vez pra cá, já que aquele não existe mais. O velho dá espaço para o novo.

Agora sim, muito prazer, blog novo! Espero que eu e minha 3ª pessoa tenhamos muito que aprender um com o outro.

Você, com minha vida entre linhas e eu com suas linhas da minha vida.

terça-feira, 8 de julho de 2008



Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

segunda-feira, 7 de julho de 2008


Descrição feita por Marco Romer em 2002:

Jaqueline tem um metro e setenta e poucos, nunca parei para medir, já que ela é mais alta que eu nem faço questão de saber. O peso dela eu poderia até dizer mas não sem ela me matar de forma violenta então prefiro evitar.

Eu a chamo de "Jaque" embora saiba que ela prefere "Nine" e não faço isso para irritá-la apesar d´eu ter certeza que ela acha isso. Jaqueline já teve cabelo de todas as cores conhecidas pelo homem, eu presenciei apenas umas 10 tonalidades diferentes e, infelizmente, nunca conheci a cor original porque ela não deixa o cabelo crescer.

Mas a primeira coisa que me chamou atenção nessa pessoa foram os olhos e até hoje ainda é. São lindos demais e não só pela cor, "cor de burro quando foge" como ela mesmo diz, e nem pelo formato, que ela insiste em depreciar, mas especialmente pela transparência. Os olhos de Jaqueline não mentem, não importa o quanto ela insista em tentar. São olhos que me acostumei a ver cheio de lágrimas sem nunca deixar de me sentir morrer um pouco a cada vez.

Jaqueline ainda não se decidiu, não sabe se é menina ou se é mulher. Seus sonhos misturam fábulas com planos concretos, confundindo a realidade com o imaginário, Jaqueline é atriz de milhões de papéis de novelas que ela mesmo inventa, só que se esquece de terminá-las. Insiste, todo o tempo, em mudar o que é de fato, mas só muda no ato, nunca o tempo inteiro. E todos os erros que comete de novo e de novo e de novo fazem seus olhos brilharem ainda mais forte, sempre mais forte, mesmo por detrás dos cristais de lágrima.

Jaqueline é dona de um sorriso fatal, destruidor de "nãos", conquistador de inúmeros corações, mal sabe ela o quanto da minha dor ela já destruiu com apenas um leve sorriso. Ao mesmo tempo em que me tira do sério com uma facilidade imensa, consegue me fazer parar de chorar apenas com sua presença mesmo que distante, brigamos muito mais vezes do que sou capaz de me lembrar mas logo depois das primeiras percebi que jamais precisaríamos fazer as pazes.

Jaqueline é a amiga que me dá mais trabalho e também mais alegrias. Me surpreendo o tempo todo mas sempre estou me lembrando que com Jaqueline tudo se espera.

E eu, que tento descrevê-la agora, só escrevo sobre o que sei, e só sei sobre o que sinto, e só sinto o que ela me passa e, desde o primeiro momento em que a vi, só o que ela passa é amor.

Essa é a minha amiga. Sejam bem vindos à vida dela. Acreditem, assim como para mim, para vocês já não há volta.