quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013



Tem dias em que são tantas coisas para pensar, para fazer.. tantos cacos para juntar, lágrimas para secar.. são dias de tantas dúvidas... Interrogações gigantes tornam-se placas em nossos caminhos e que nos levam para cada vez mais longe de nós mesmos. A correria da vida nos faz brincar de esconde-esconde com a nossa face no espelho. E numa tentativa de reencontro da parte nossa que se perdeu, ter saudade de você mesmo é estranho e bonito.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013



- Ei, você! Me faz companhia?! Sei lá! Aparece aqui, começa um bate-papo, manda uma mensagem, um código secreto, um e-mail, um olá! Mas seja imprevisível, me assuste, invente uma história pra nós dois que seja diferente das tantas que eu já planejei. E, de preferência, diferente daquelas histórias que renderam cicatrizes em mim, pois se você repetí-las na minha frente eu correrei para ainda mais longe de ti. Então vem!!! Vem e me pegue desprevenida, sem falas ensaidas. Vem ser o estranho, vem conquistar este meu coração cansado, de batidas espaçadas e a bombear um sangue frio. Vem, que eu juro que não te conheço mais e nem sei de cor todos os nomes que inventei pra chamá-lo. Vem, amado meu, enquanto eu já esqueci que um dia você vai chegar de vez pra mim...


domingo, 24 de fevereiro de 2013



Passeando pelo Parque da Cidade é inevitável parar pra observar os "cadeados do amor", como aqueles da ponte em Paris. E, bem aqui, na ponte do nosso parque, casais apaixonados também deixam cadeados com seus nomes e lançam as chaves no pequeno lago, na esperança do tal “pra sempre juntos”. É lindo passar pela ponte e se emocionar com esse ritual que tenta simbolizar o amor mútuo de uma maneira tão delicada. :) ♥

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


"Quem é você?
Que se esconde,
atrás de um nome qualquer,
Não aparece pra mim,
Estende a mão,
Trazendo a chuva,
Tocando o som do trovão,
será que vamos saber?"

(Pouca Vogal - Música Inédita)

Não se foi um acessório para roupa ficar completa. O brinco pode não ter caído tão bem e a sensação de vazio pode ter aguçado um pouco além.

Às vezes pode ter sido o fato de eu não ter comido nada antes de sair de casa. O vazio poderia se chamar fome e me deixar assim com essa aparência abatida.

Se bem que agora estou me dando conta que esqueci a agenda em cima da cama. Quando isso me acontece fico totalmente perdida e insegura com relação ao tempo, seja ele presente, passado ou futuro.

Pode ser também a falta de sol. Os dias cinza clamam pelo brilho solar para reavivar as cores dos gramados, do céu, das flores. Quiçá do meu olhar que teima em ficar mais bonito nas tardes ensolaradas.

Mas hoje faltou algo que ainda não sei dizer...

Seria a colega de trabalho que saiu de férias e me deixou sozinha?

Ou foi o dinheiro no banco que encolheu estupidamente e não me permitiu comprar uns sonhos novos?

Não duvidaria se essa sensação fosse ainda proveniente da falta dos abraços apertados das comemorações de final de ano da empresa.

Ou mesmo a falta da caneta azul, 
aquela de ponta fina que eu nunca mais encontrei igual, para escrever as tantas cartas que prometi enviar pelo correio um dia.

Eu só sei dizer que alguma coisa faltou.

Só não sei se foi aqui dentro ou aí fora. M
as eu posso lhe garantir que isso me deixou na beirinha de um abismo enorme, sem fundo e sem eco algum que devolvesse o meu clamor.

Pois hoje faltou alguma coisa que sucumbiu minha força e me jogou no chão.

Algo que desatou os nós de pensamentos que estavam tão amarradinhos dentro do meu peito.

Hoje faltou algum ponto, alguma oração coordenada sindética explicativa ou conclusiva, alguma expressão numérica, sei lá!

Faltou tocar alguma música que tocava no rádio todos os dias. Faltou algum tempero na comida. Faltou pagar a conta de luz?

Faltou passar o ônibus de 07h30. Faltou tomar o remédio. Faltou pentear o cabelo. Faltou beber 2 litros d'água. Faltou bater o ponto.

Acho até que o que faltou não deve ter nome, forma ou qualquer outro atributo mensurável, pois o vazio é tanto que é bem provável que o me fez falta nunca tenha existido.

Tudo isso por faltar o que eu não consigo explicar.

Mas talvez tenha faltado você.

Você que pode ser amor, felicidade, emprego novo, faculdade. Que pode ser um marido ou meu filho. Ou um cachorro vira-lata. Um felino. Você que pode ser uma nova poesia, uma canção pra mim, um acaso feliz, aquela viagem, o corpo saudável, a roupa da foto, o vídeo clipe perfeito, a recordação bonita, o mistério do futuro desvendado.

Mas eu preferiria que fosse você. Uma pessoa certa disfarçada de saudade, do que apenas “algo” ou “alguma coisa”.

Pronomes indefinidos dão lugar a um pronome de tratamento. Mas que ainda insiste no vazio por não ter um nome próprio.

Dentro de mim.



*Esse texto foi postado em 18/01/2010. 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013



O dia começa e, cá com meus botões, eu me encho de motivação pra acreditar: Ainda dá tempo de respirar bem fundo, correr atrás, aquecer, dar um gás, se jogar. Não importa em que momento da sua estrada você se viu estagnado e pensou em desistir: ainda é possível juntar os caquinhos e dar uns passos adiante. Olhe pro céu. Olhe para os lados. Olhe pra si. Fácil não é, mas o vento flui bem melhor sobre a vela quando o barco está lançado ao mar do que na areia. Movimente-se, aperte o cinto e curta a viagem. O caminho já é belo por si só. Que ele nos inspire a seguir sempre frente e ser feliz.

domingo, 10 de fevereiro de 2013


A mente vazia repete atrás da porta que define sua entrada:
Não há ninguém!
Ninguém prometeu escrever, voltar, chegar.
Não há nenhum tipo de retorno sensível.
Nenhuma frase de impacto.
Nenhuma cena eternizada ou incompleta.
Os pontos e os pingos estão nos devidos lugares.
Não há nada que modifique o status do vazio que se apropria da esperança obsoleta.
A negação substitui com veemência a dúvida que inquieta e irrita.
Ao negar a ação de esperar o que não existe, faz-se real a presença do nada.
O nada que acontece, de maneira induzida, na mente que aprendeu a ser controlada, ponderada e limitada.
Adestraram a mente para educar o coração.
Prepararam as poucas escolhas e sorte para suprir a dependência e carência, como alívio certo.
E deixaram pequenas frestas para que a luz, um dia, invadisse o vazio.
Mas os olhos se fecham para que as vistas não assimilem as possíveis luzes,
Ora do passado, ora do futuro.
E a luz que teima em entrar pelas frestas, não é decodificada e compreendida pela mente castrada,
Atrofiada à certeza do nada permanente.
A mente não entende como esses feixes poderiam persuadir o vazio.
E sequer sente a necessidade de que eles entrem.
Ela ignora e segue, deixando ecoar o velho lamento:
Não há ninguém.
Ninguém que traga a cura em tempo, antes de findar a queda livre
Rumo ao vazio infinito de sua solidão.
=====

domingo, 3 de fevereiro de 2013


Adjetivo

que não contém nada ou contém apenas ar
que é ou se encontra falto, privado ou carente de algo

* * *

Lidar com vazio pode ser uma lição interessante.
De antemão ele produz em você um incômodo estranho.
Já sentiu aquela sensação de entrar em um apartamento vazio?
Tente gritar... Ou tente sussurrar... Consegue ouvir o eco?
Passeie pelos cômodos, um passo de cada vez.
Não existem móveis, não existem pessoas.
Somente você e aquele vazio.
Você tenta sair dali, mas se perde entre os corredores escuros.
Você chega num quarto.
A porta está fechada e algumas fendas de luz aparecem pela fechadura.
Você, então, decide abrir a tal porta.
Lá no fundo do quarto encontra-se uma cômoda que destoa o vazio.
Uma cômoda cheia de gavetas.
Benditas gavetas que aguçam a sua curiosidade.
Como nada pode com a sua vontade, eis que a gaveta é aberta!
E onde havia vazio foi preenchido por tudo aquilo que sua mente fez questão de esconder.
São arremessados contra o vácuo todos os seus segredos, medos e tristeza...
Flutua no ar toda a sua dor.
E assim como seus gritos e sussurros,
tudo aquilo que estava na gaveta ecoa, e ecoa, e ecoa...
numa eterna repetição aos seus ouvidos.
E você tenta, com o que restou da sua força, fechar a gaveta...
para que ela seja, novamente, o esconderijo da dor que habita o vazio do seu coração.